
Chove, chove, galinha a nove!

Às vezes não olhamos para a vida com bons olhos. E não vejo sequer grande utilidade em procurar ou encontrar culpados para isso. É assim, com todos, simplesmente porque sim.
A raiva, a frustração ou simplesmente a indiferença, toldam-nos demasiadas vezes a vista, tornando a realidade à nossa volta baça, difusa, confusa ou mal-interpretada.
Acaso a falta de sol não ande ajudar a iluminação dos cantos mais recônditos da tua alma, aqui vai um retrato do quotidiano. Para Olhar e Ver.
Há séculos que ando a travar esta batalha. Refiro-me à cruzada contra o excesso de doces, tarefa arduamente dificultada por um bar plantado num Colégio, onde se vendem espécimenes desta natureza com fartura e variedade.Nos últimos tempos tenho perdido uma infinidade de filmes que gostava de ver. Não gosto da eterna desculpa da falta de tempo... digamos que tenho tido outras opções. Quando no outro dia dia dei de caras com a imagem deste cartaz, soube que não podia haver nem desculpa nem outra opção que prevalecesse... É o tipo de filmes que não fica por muito tempo e normalmente só existe numa sala em Lisboa. Não queria arriscar. Christophe Barratier tinha-me conquistado com Os Coristas, há cinco anos. Pasmo... como é que passou tanto tempo? A marca do filme permanece tão intensa que achei que teriam passado no máximo três anos.
Paris 36 é uma pintura, a traço fino, da cidade Francesa no final dos anos 30.
Como sempre, detalhista, Christophe Barratier cria personagens que nos marcam, num argumento que nos apaixona e emociona.
Se o pudesse resumir talvez dissesse que fala de um tempo, não muito remoto, em que as adversidades eram a motivação e não a desculpa.
Estas imagens são apenas um aperitivo. Sobre o essencial, as emoções, dizem pouco. Se puderem, não percam.

Ouvi esta manhã na rádio que, na Argentina, a falta de moeda levou à tomada de uma original medida. Os pequenos trocos foram substituídos por rebuçados!
Se por cá se lembrarem do mesmo, posso dar uma sugestão?... Não podem antes dar bombons?
Mas convenhamos, isto é um rombo na economia... é que, com trocos destes, não há quem faça poupança!
Percorrendo as linhas da Vida, a dúvida tanto pode ser um ponto de partida como um ponto final, um repetir incessante de reticências ou, simplesmente, uma interrogação magistral.
A prova de que as emoções também são necessidades físicas é a fome que nos pode provocar a sua abstinência. A saudade de pintar sendo voraz também me devora.
Sabemos sempre a quem ou a onde pertencemos quando não conseguimos imaginar a nossa vida sem essa pessoa ou sem esse lugar.
Às vezes é possível sentir saudades do que não se fez ou do que não se teve e eu tenho saudades de viajar.
Tantas vezes me interrogo se todos dias não desperdiçamos uma boa parte da nossa vida, tão focados que estamos no que não ainda temos...
Não que me tivesse esquecido, mas aquele gesto, aquela ideia que a assaltou pela manhã, enquanto caminhava para a porta do colégio, reforçou ainda mais a minha vontade de desabafar.
Razão primeira da Vida. Tatuagem do divino que nos habita.
Por ele se vive, se sobrevive, se luta, se desiste.
Traduzível de tantas formas que é impossível sintetiza-lo. Resumi-lo.
A simples palavra é já por si complexa, de tal forma comuta com tantas outras:
Vida
Presença
Conforto
Liberdade
Calor
Luz
Segurança
Alimento
Paz
Na sua ausência, e na sua presença distorcida, compromete-se a vivência plena, o desconforto aloja-se, ficamos prisioneiros de pensamentos e comportamentos que arrefecem e escurecem os nossos dias, sentimo-nos famintos, insaciáveis, foge-nos a paz.
Quando por momentos te sentires só, pensa que ao Amor, Estrela-Guia, é possível seguir até de olhos fechados.
O Amor. O terno e eterno Amor. Estrela guia da minha Vida.
O que vejo?
Um caminho generoso. Os obstáculos surgem para ser ultrapassados. O resto é a paisagem desta viagem, boa para desfrutar!
Estes já cá cantam. Venham mais 38!