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domingo, 1 de março de 2009

Moral da história

6ª Feira




Há fases em que, por muito que apeteça, não há nada de jeito que nos leve à cadeira de uma sala de cinema. Outras, em compensação, mal dão tempo de apanhar em cartaz tudo o que gostávamos de ver. Não me considerando propriamente uma cinéfila, confesso que para ver um bom filme não há como uma sala de cinema e esta é, sem duvida, uma fase de bons filmes. Por isso, este fim-de-semana contou com sessão na 6ª e no Sábado, por via das dúvidas.

Benjamin Button já andava adiado há três semanas. Foi o premiado de 6ª à noite. Depois de alguma expectativa, por um argumento no mínimo insólito, confesso que o filme ficou de algum modo aquém do que previa. Independentemente da originalidade da história, as três horas de duração do filme comprometem seriamente a vontade de ficar sentado. Pelo menos, foi o que senti. Prende, mas não tanto, e a dado momento senti aquilo que não gosto de sentir numa sala de cinema... este via-se bem em casa, com direito a intervalos, lanches e mudança de posição no sofá.

Por mim, valeu pelos últimos vinte minutos, meia hora, talvez.

Moral da história: no fundo, a vida é um caminho que se percorre, simultaneamente, em duas direcções de sentido oposto. Era tão bom que pudesse, no fim de cada uma das linhas, haver sempre alguém que cuidasse de nós, com um colo...




Sábado


Não sou a primeira a dizê-lo mas agora confirmei-o. Este é um Woody Allen com sabor a Almodôvar. E que bem que soube!
De tudo só fiquei com uma duvida existencial: Por que raio o nome do filme se refere às personagens das turistas americanas - Rebecca Hall (Vicky) e Scarlett Johansson (Cristina) - e acaba por ser Penélope Cruz a figurar no cartaz como se a personagem de Vicky não fosse minimamente tida nem achada no enredo da historia? Parece-me na verdade um titulo muito pouco criativo para um filme com tanto para dar... E que Penélope mereceu a estatueta é inegável! Estupenda , la chica!

Moral da história? Paira no ar a urgência de sermos autênticos... No dia em que o conseguirmos, só a mentira e a camuflagem serão imorais ou marginais.

O melhor da história? Fazer estes dois programas na companhia de um biscoito de quase 10 anos que não só se comporta melhor que muitos dos adultos presentes na mesma sala, como digere os filmes que vê, como gente grande! Adoro a minha filha!

6 comentários:

Rita Correia ilustradora disse...

E eu acabei agorinha mesmo de rever o Green Mile pela 3ª vez no Hollywood. Moral da história... estou cheia de sono, farta de trabalhar mas saciada com um grande filme que fala sobretudo de amor e compaixão. bjo

Unknown disse...

Confesso - distinta amiga - que eu sou pródigo em fazer filmes na minha cabeça.

Beijo

Mais um Lugar de Mim disse...

CarlosBarros: eu cá sou mais fitas!
Bjs

O Profeta disse...

És madeira verde
Ou apenas mulher perdida
Testemunha de berço feito de penas
Arca perdida da dor contida

Tudo isto é universo
Em límpida poça de água
Onde as conchas têm a forma de coração
Onde o sal afasta a mágoa

A ti que és minha amiga especial
convido-te a partilhar comigo o “sítio das conchas azuis”




Beijo azul

H disse...

Achei estupendo o filme. E não resisti a dias depois rever o Match Point, para mim o melhor do Woody Allen europeu...
Fora de contexto: ainda aguardo uma sugestão para o melhor vinho...

Mais um Lugar de Mim disse...

H: por acaso também revia o Match Point de boa vontade. Manifestamente, os longos anos de divã de Woody Allen produziram excelentes efeitos, e ainda a tempo de o salvar da decadencia a que se arricava, a passos largos.