Desde que no séc. XIX a Revolução Industrial veio substituir o Homem pela máquina, o mundo nunca mais foi o mesmo. De lá para cá, a vida tornou-se na materialização de tudo o que, há não muitos anos atrás, se imaginava ser apenas do universo da ficção cientifica. Na realidade, o impossível parece ter deixado de existir.
Se é verdade que a mecanização e a globalização trouxeram alguns malefícios, parece-me também verdade que a velocidade imprimida à vida actual por esses dois factores nos poderia ter tornado mais livres. Em lugar disso, tornou-nos escravos... Ou será que nos limitamos a invocar o Tempo como um excelente pretexto?
Confesso a minha incapacidade para compreender a constante falta de tempo que tanta gente tem. Sobretudo porque essa falta de tempo se refere a tudo.
Não têm tempo para ir ao cinema, para ler, para passear, para estar com os amigos, para praticar desporto, para escrever um e.mail, para ler um e.mail, para fazer o que lhes é pedido nos empregos, para fazer o que se esperava em família, para telefonar, para falar, para pensar, para contemplar, para elogiar, para partilhar... para respirar!
E se por um lado é verdade que a vida de hoje tem um numero de solicitações só compatível com opções, por outro só me resulta como uma grande a mentira que o Tempo não nos sobre para rigorosamente nada.
Lamentavelmente, nestes casos, só me ocorre pensar que o que a estas pessoas escorre pelos dedos sem conseguirem agarrar não é o Tempo, mas a própria Vida!
Virtual é a nossa carta de alforria.
2 comentários:
Tens toda a razão!!! Por vezes penso que o tempo é o meu pior inimigo!!! Mas há que arranjar tempo sempre para as coisas e para aqueles que gostamos... ou a vida deixa de fazer sentido!
Beijoca miga
Ritinha: aquilo a que me refiro é diferente. Tu gostarias de ter tempo para mais coisas, ou para tudo o que desejas, assim como eu. Não é o mesmo que passares a vida a dizer que não fazes NADA porque não tens tempo nenhum. Uma coisa são opções, outra são falsas vitimizações. Só me pergunto se não seria mais fácil, a quem passa a vida a desculpar-se com o tempo, ter a coerência de assumir que não tem vontade de fazer coisa nenhuma. É que a verdade é que fazer qualquer coisa, mesmo o que gostamos, dá sempre algum trabalho!
Get it, amiga? ;-)
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