A par de terem como primordial ambição a de não trabalhar, outra das facetas que mais aflige em alguns cidadãos é a eterna falta de motivação. E como se uns tivessem sido bafejados com uma dose industrial dela e outros desapossados dela à nascença, os eternos desmotivados ocupam o confortável lugar ao sol de pouco ou nada fazer por falta de apoio, compreensão ou realização.
Não há seguramente quem desconheça a vontade de ficar na cama e mandar um dia de trabalho às urtigas. Não há seguramente quem não tenha experimentado fases em que só com o apoio de alguém ou o incentivo de alguma coisa consegue sair do quarto escuro. Mas estar sempre à espera que a motivação seja enxertada do exterior parece-me partir do arrogante principio de que quem leva a vida, caminhando contra ventos de adversidade, o faz sempre cantando e rindo ou que, por estranho milagre, o faz sem esforço, empenho, entrega, dor e dúvida.
A motivação é como um saco vazio, cada um coloca lá dentro aquilo que lhe faz jeito.
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