Há dias em que a zanga é incontornável. Pode ser apenas uma inevitabilidade do estado de espírito. Pode ser uma legitima resposta de defesa, a uma sentida invasão exterior. E há ainda aqueles dias em que nos zangamos, só porque sim. O que me parece inegável é que, independentemente do motivo pelo qual se exteriorize, a zanga é sempre antecedida por um mal estar, ainda que indecifrável. Por um desconforto, frequentemente inlocalizável. Por uma tristeza transformada em indignação e depois conduzida pela mão da revolta, quando projectada para fora de nós.
Mas, se há momentos em que a zanga não só é incontornável como até desejável, será que existe alguma circunstância em que, perante ela, e sobretudo depois dela, não nos sintamos como um peixe fora de água?
2 comentários:
Bem vistas as coisas e puxando a brasa à minha sardinha, penso haver uma circunstância em que não nos sentimos como peixe fora de água depois de uma boa zanga: quando percebemos que as cores do arco-íris continuam a ser 7, quando nos recordamos que a música de que mais gostamos é composta por 7 notas, quando vemos que são 7 os círculos de pétalas da rosa mais perfeita...
Tens razão, meu querido. O sete é um numero mágico. E a vida, sem magia, é apenas um truque mal ensaiado!
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