Todos os dias o cenário se repete!
Carros que se atropelam, buzinas que se sobrepõem. Velocidade desadequada ao local, à hora, ao cenário matinal. Uma passagem para peões quase sempre vergonhosa e incompreensivelmente desrespeitada. Mais vergonhoso ainda é que o seja, a maioria das vezes, pelos mesmos com quem nos cruzamos, minutos depois, dentro dos portões de uma escola.
O dia ainda a começar e a intransigência já a poluir o ar.
Dos carros, apressadas pelo atraso e pela campainha que ameaça tocar, saltam crianças a quem os beijos ficam por dar.
Todos os dias o cenário se repete!
No regresso, depois de entregar a minha encomenda em segurança, quase sou atropelada por dois irmãos que sobem, correndo, desenfreadamente. Ao fundo da escada, junto ao carro, enquanto lhe enviam o último adeus daquela manhã, um pai eleva a voz:
Vá, vão! Não se atrasem!
E antes de desaparecerem, mais alto, reforça:
Um bom dia de aulas!
É tão bom quando não está tudo perdido!
Sem comentários:
Enviar um comentário