Não encontro palavras, por mais tecidas que sejam, que consigam fazer justiça ao que os olhos viram e a alma sentiu.
São duas horas que correm, voam, dançam, encantam, num hino dedicado à liberdade do movimento. Duas horas em que mergulhamos na magia pura e sublime de corpos de homens e cavalos, perfeitos, esculpidos, que se fundem como se de uma só entidade se tratasse. Essa mesma magia, magistralmente criada pelos cenários e respectivos efeitos de luz e imagem que nos deslumbram, acompanhada por uma orquestra ao vivo e de um guarda roupa de fazer sonhar, conduz-nos por florestas encantadas de uma Irlanda perdida no nosso imaginário, povoada de príncipes e princesas celtas, de noivas góticas, de personagens cuja alma se resguardou no tempo para ali ontem reencarnar e nos encantar.
Viajamos pelas quatro estações de um lugar intemporal e comungamos, de forma comovente, da harmonia, respeito e nobreza com que homens e cavalos se relacionam, numa cumplicidade que torna impossível identificar domador e domado. Os cabelos dos homens são crinas correndo ao vento. As crinas dos cavalos esvoaçantes e lustrosos cabelos de nobres personagens de histórias de encantar. A imagem que promove o espectáculo não podia, por isso, ser mais fiel e mais poderosa. Opostos que se completam. Diferentes reflexos de uma mesma essência. A Liberdade do Movimento! Tive tanta vontade de me tornar um deles!
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